Feira da 25. Foto: Líliam Barros, 2015.
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Narrativas de feirantes e moradores da Avenida 25 de Setembro
Rayssa Dias
Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ
Grupo de Pesquisa Música e Identidade na Amazônia - GPMIA
Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ
Grupo de Pesquisa Música e Identidade na Amazônia - GPMIA
As entrevistas com moradores e comerciantes da avenida tiveram como mote a relação destes sujeitos com o espaço. Assim, o roteiro de entrevista buscou conhecer o tempo em que as pessoas vivem no bairro e na avenida, seus hábitos cotidianos, suas percepções sobre as alterações que o espaço urbano sofreu ao longo do tempo e suas opiniões sobre projetos de alteração deste espaço residencial.
A Rua 25 de Setembro é cheia de significados para seus moradores, mas também ocupa um espaço muito especial para aqueles que trabalham nela. Dona Nivea, comerciante de ervas, temperos e castanhas da Feira da 25 há mais de 30 anos, conta que as relações ali são sempre especiais. “Eu tenho clientes que herdei do meu pai, que era feirante antes de mim. Famílias inteiras pelas quais sou conhecida e conheço pelo nome, que vi nascerem, crescerem e vem aqui sempre”.
Nivea acompanhou de perto as transformações da Feira e da 25 de setembro, como a modernização das instalações, que trouxe mais conforto para feirantes e clientes, e a escalada da violência dos entornos. “Muita gente já me disse que deixou de sentar na frente de casa por medo de ser assaltado, é uma pena né? Um costume tão legal”.
Quando perguntada sobre o que achava do projeto de alargamento das pistas da rua, se mostrou apreensiva com a perda de mais um ambiente de lazer e a possível quebra de costumes, como o de sentar embaixo das árvores e o futebol nas quadras do amplo canteiro. “Todo mundo aqui se conhece, mas pode acabar desestruturando e perdendo a cara de ambiente familiar, virando uma avenida onde ninguém se fala”.
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